2009-01-09

Ilha Deserta





Hoje fui ao dentista e por isso mostro nesta imagem aqui ao lado o que poderia ser uma vista a partir da colina principal de uma ilha deserta, algures nos mares do sul, com o mar turquesa, o céu azul e uma vegetação luxuriante incluindo os inevitáveis coqueiros.


Julgo que ocorre com alguma frequência a fantasia de ir viver para uma ilha deserta, caso contrário seria incompreensível o sucesso do livro Robinson Crusoe de Daniel Defoe (1661-1731), escrito em 1719.







Acedi à obra através desta edição conjunta da Liv.Bertrand e da Editorial Ibis, tratando-se de uma adaptação com umas páginas com ilustrações de vez em quando, para amenizar a leitura mas sem ser banda desenhada. Posteriormente li uns textos referindo a carga ideológica individualista da obra e mais umas considerações sobre as relações de poder coloniais e a relação entre o Robinson e o seu criado Sexta-feira que me pareceram adequadas. Contudo, o apelo do mito da ilha deserta paradisíaca como refúgio de uma sociedade hostil continua a existir, quanto mais não seja na publicidade.








Há décadas que me apercebi que viver numa ilha deserta traz imensos problemas mas gostei muito de obter essa confirmação a partir do livro Castaway de Lucy Irvine que descreve a sua aventura de Mai/1981 a Jun/1982 de viver numa ilha deserta no norte da Austrália, depois de responder a um anúncio dizendo “Writer seeks ‘wife’ for a year in tropical island”.

Num filme recente em que o Tom Hanks passa uns tempos numa ilha deserta, constata-se o desespero da solidão e o problema que representam as infecções com os dentes.

Não canso de me regozijar de ter tido a grande sorte de nascer numa sociedade que já consegue tratar os dentes de forma eficaz e sem dor, contrariando aquele slogan mais que estúpido do “no pain, no gain”. Talvez no futuro consigam fazer voltar a crescer dentes que se estragaram mas a situação actual já é muito satisfatória.

A imagem inicial é um enquadramento de uma foto que tirei numa colina da cidade de Olinda, no nordeste do Brasil e que mostro a seguir:

2 comentários:

io disse...

Uma ilha deserta deve ser uma coisa muito enfadonha, se bem que ele haja ocasiões na vida que uma pudesse vir a calhar. De qualquer forma, pior do que uma ilha deserta só mesmo uma ida ao dentista que, no desconforto que me provoca, entendo ser equiparável à ida ao especialista do baixo ventre: do catálogo das coisas necessárias, pero tramadas.

Anónimo disse...

parece xel-ha en Yucatan mexico
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