2009-04-15

Tam Tam


Quando fiz a minha primeira viagem a Paris em 1970 encontrei este simpático banquinho, já não me lembro bem em que contexto, em que mostravam também umas pequenas variantes em que o assento era substituído por um tampo de uma mesa baixa ou por um globo translúcido para fazer um candeeiro.

Quando regressei a Portugal comprei um banco branco que durou bastante tempo, até ser substituído por este preto, comprado há muitos anos, julgo que numa rua transversal da Avenida da Igreja.

Agora que queria mostrá-lo neste blogue tirei a fotografia aqui ao lado e reparei que tinha um auto-colante com as palavras “Tam Tam”.

O Google mostrou-me logo muitas referências a este objecto de linhas tão simples e elegantes.

Do que li em vários sítios, trata-se dum objecto concebido por Henri Massonnet, um fabricante de alguidares de plástico e de outros acessórios para pescadores que projectou este banco em 1968. Num ano vendeu mais de 12 milhões de exemplares.



O objecto é feito com propileno , tem 30cm de diâmetro e 45 cm de altura, compondo-se das 3 peças mostradas na figura ao lado, duas com uma forma cónica e o disco que serve de tampa.

Tentei assentar sobre a superfície uma linha esticada entre as duas bases mas tal não foi possível, o que mostra que a superfície não é um hiperbolóide de revolução, tendo uma “cintura” mais delgada do que o hiperbolóide mais fino apoiado nas duas bases

É difícil prever o sucesso de qualquer produto, bem como identificar quais as características que o levaram ao sucesso, se qualquer uma destas tarefas fosse fácil não haveriam produtos fracassados.

Neste banco gosto muito da elegância da forma, da simplicidade, do potencial de ser muito barato, da leveza, da facilidade de transportar vários, encaixados uns nos outros. Nos defeitos vejo a falta de conforto, que não é por qualquer erro de projecto mas por ser essencial à forma de um banco e o problema da leveza que leva a que seja facilmente arrastado pelo vento.

Talvez por ter nascido num país com muito pouca indústria fartei-me das soluções artesanais que, para serem boas, precisam de artesãos altamente treinados, exigindo muitas vezes um tempo de execução considerável, sendo inacessíveis à classe média. O que eu gosto mesmo é de produtos industriais com qualidade (beleza da forma, funcionalidade) que possam ser fabricados a baixo custo e em massa, como as folhas das plantas dum post recente. Acho que esta foi outra das razões principais da minha simpatia por este banco.




Em Dezembro de 2007 revi o objecto nas Galerias Lafayette em Paris, agora com um acabamento em cromado num relançamento aos quase 40 anos de idade.

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