2009-07-28

Ainda o Algarve

Acho que não passou um Verão em que não tenha passado pelo menos uns dias no Algarve, terra bonita e cheirosa, vítima de promoção imobiliária excessiva.

Há pouco tempo passei lá um fim-de-semana em que tirei esta foto na praia de Alvor, com umas plumas minimalistas recortando-se no céu-mar.




Ainda no Algarve fui surpreendido por estas abóboras Gila (ou Chila) a uma distância considerável do chão. Estes frutos não crescem nas árvores mas, como são plantas trepadeiras, podem aproveitar a boleia de uma árvore que esteja ao pé. O nome em latim é Cucurbita ficifolia.







Nunca fui grande apreciador de doces e ainda menos dos hiper doces algarvios. Lembro-me dos antigos morgados com um cobertura espessa de açúcar a envolver uma doce massa de amêndoa recheada com ovos moles ou fios-de-ovos e precisamente doce de abóbora-gila. Ultimamente fazem-se umas versões apenas com massa de amêndoa e fios-de-ovos que mesmo assim ainda são muito doces.







O que eu achava mais engraçado ou original nesta Gila era a proibição de usar faca para cortar o fruto, pois o contacto com o metal daria um gosto desagradável, parece-me que se dizia que ficaria a saber a peixe, bom noutras ocasiões mas desapropriado para um doce. Assim tinha que se bater com o fruto numa mesa de pedra ou deixá-lo cair numa zona do chão, de preferência previamente lavada...

Por estranha coincidência cruzei-me com uma Gila, aberta segundo o processo canónico de queda no chão, num passeio dos Olivais Sul, ao pé da Quinta Pedagógica. Nunca tal me tinha acontecido.

2 comentários:

Ravick disse...

Acabei de conhecer essa espécie, e cheguei aqui para saber mais sobre ela. Será que são necessárias mesmo todas essas precauções? Falam ainda sobre não tocar o miolo com as mãos, pois que seria alergênico.

jj.amarante disse...

No artigo em inglês da Wikipédia não refere efeito alergénico, referindo que é boa para baixar a glicémia. Não sei se são precisas as precauções para evitar o sabor a peixe, para mim é uma tradição oral.