2009-07-22

Partilhando a minha ignorância

Nos artigos da Wikipédia sobre o Bodisattva Avalokitesvara, que li antes de escrever o post anterior, referia que teriam partido a cabeça ao Bodisattva e da cabeça inicial teriam nascido muitas mais cabeças.

Ainda no post anterior, numa das vezes em que vi o filme do Youtube com o Guan Yin, concluí que os muitos braços da figura eram uma metáfora simples para o poder do trabalho em equipa. Depois achei que tinha demorado um tempo excessivo para chegar a uma conclusão tão simples...
De qualquer forma nesta equipa com muitos braços só existe uma cabeça pensante o que, facilitando a coordenação, pode limitar a criatividade e capacidade de resposta a situações novas por parte da equipa.

Assim, as figuras míticas com muitos braços e com várias cabeças representariam equipas menos autocráticas, permitindo a coexistência de várias opiniões.

Quando vi esta figura, que fotografei na mesma visita ao museu Guimet, pensei que fosse um dos Bodisattva Avalokitesvara com várias cabeças




mas afinal, depois de encontrar no site do museu Guimet a ficha respectiva constatei que se tratava duma peça feita no séc. XVI nos Himalaias, na tradição artística tibetana, representando Hevajra e Nairatmya, duas divindades de que nunca tinha ouvido falar, o que me fez mais uma vez tomar consciência da minha grande ignorância destes temas.

De vez em quando estas peças suscitam-me algum interesse pelo seu exotismo e/ou pela sua beleza, mas esgoto rapidamente a paciência com a teia intricada de personagens e de histórias fantásticas a que estão associados. E há pormenores que acho desagradáveis, como esta insistência em pisar demónios com figuras humanóides.

Nas buscas na Wikipédia uso a maior parte do tempo palavras inglesas, mudando ocasionalmente para a versão em português para verificar se é muito diferente. Uma vez ou outra tenho encontrado os temas mais desenvolvidos em português mas na maioria dos casos o inglês está mais completo. Nestes temas sobre divindades orientais pareceu-me que as versões em português estavam mais completas do que o habitual.

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