2009-11-02

Montreal


As plumas iluminadas do jardim botânico de Montreal levaram-me a rever algumas imagens que guardei desta cidade, quando a visitei em Setembro de 2003. Esta mostra uma zona central de escritórios. Constato com alguma surpresa que, mesmo neste tempo de globalização, ainda não foi possível normalizar completamente os sinais de trânsito, aquele sinal com uma orla verde a envolver as setas pretas teria um fundo azul e setas brancas na Europa.

Da janela do hotel via-se ao longe um conjunto de casas estranho, constituído por vários paralelepípedos deixando espaços entre si.



Com a ajuda do Google Images, usando as palavras “Montreal” e “architecture” foi fácil identificar esta construção como o conjunto Habitat, do arquitecto Moshe Safdie, construído para a Expo Universal de 1967, que foi um enorme sucesso, designadamente no número de visitantes que conseguiu atrair. Foi um evento com alguns percalços, foi durante ele que rebentou a guerra dos 6 dias, e foi durante a visita do general De Gaulle à exposição que ele exclamou “Vive le Québec libre!”, suportando em território canadiano o movimento separatista do Québec. Portugal não se fez representar nesta Expo, a existência da guerra colonial em África deve ter contribuído para essa ausência.

Noutra ocasião tirei esta foto ao mesmo conjunto, erguido nas margens do rio de São Lourenço, que escoa as águas do lago Ontário para o oceano Atlântico.




Tenho algumas reticências em relação a formas muito inovadoras na arquitectura para habitação, pois a experiência tem-me mostrado que existem muitos arquitectos que sacrificam o conforto e/ou a economia da construção e manutenção do edifício à originalidade da forma. Neste caso vejo uma dificuldade acrescida no isolamento térmico pois o conjunto apresenta uma maior superfície de contacto com o exterior do que numa forma mais compacta, o que será uma desvantagem apreciável num sítio com invernos tão rigorosos. Mas o conjunto é visualmente muito animado e inquestionavelmente original.

Na proximidade do jardim botânico está o estádio olímpico, construído em 1976, com o que era a maior torre inclinada do mundo. Os cabos de aço servem para içar a lona de grandes dimensões que faz a cobertura do estádio.





Ainda da janela do hotel vi, um pouco mais para a esquerda uma esfera transparente, que nesta imagem ficou no canto inferior esquerdo



Outra vez nas margens do rio S.Lourenço, no mesmo sítio em que fotografei o conjunto Habitat, fixei também esta imagem da Biosfera, a cúpula geodésica que constituiu o pavilhão dos Estados Unidos da América na Expo67, que tinha posteriormente sido abandonada mas recuperada há relativamente pouco tempo.



A construção de cúpulas geodésicas foi defendida de forma entusiástica por Buckminster Fuller que achava, com uma certa razão, que deveríamos ter acesso a habitações de construção mais económica. Infelizmente as cúpulas geodésicas apresentam habitualmente problemas de infiltração de água muito difíceis de resolver pelo que, sendo construções de grande beleza, não têm tido a aplicação generalizada que em tempos se pensou que lhes estava reservada.

E termino este post mostrando uma molécula C60, descoberta pela primeira vez em 1985, composta por 60 átomos de Carbono, a que foi dado o nome de “Buckminsterfullerene”, por vezes chamada de “Bucky ball”, numa foto que tirei com o meu telemóvel à entrada do Pavilhão do Conhecimento no Parque das Nações (antiga Expo 98) em Lisboa.


1 comentário:

eu... disse...

É o conhecido Futeboleno :)