2010-08-12

A conversa

A cidade de Viena tem um recheio admirável, herdeira da sua história de capital de um grande império. Tem um lado pomposo que antigamente me irritava mais, mas no meio de tanta pompa tem obras de uma imensa qualidade, quer no mais clássico, quer no mais moderno. A repressão suscita a transgressão e a par das obras de um classicismo ortodoxo surgem os movimentos modernos de ruptura com a ordem estabelecida.

Aqui ao lado está a entrada do parlamento austríaco, edifício construído na segunda metade do século XIX, quando o monarca deixou de ser tão absoluto. Andava então o pessoal embasbacado com a arquitectura dos antigos gregos e romanos pelo que o edifício foi construído nesse estilo, enfim, também como tributo à Grécia como berço da democracia.

Na entrada do edifício construíram uma fonte entre 1893 e 1902, com a deusa Atena (da sabedoria) em cima de um pedestal, presume-se que para ajudar os políticos a não tomarem decisões excessivamente erradas.

Mas a parte da escultura da fonte que realmente me interessou foi este casal, antropomorfização (hábito tonto mas frequente) dos rios Danúbio e Inn, em que a mulher está a contar uma história que se presume extremamente interessante, conseguindo atrair a atenção do homem que tem um ar muito bonacheirão. Esta parte da escultura foi feita por Hugo Haerdtl, mas o Google não conseguiu encontrar muita coisa sobre ele, além disso a maior parte estava escrita em alemão.


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