2011-06-11

A falta de sinais económicos

Há pessoas que dizem que os Portugueses ainda não se aperceberam dos terríveis tempos que se aproximam, motivo pelo qual foram gozar esta série de 4 dias de mini férias compostos por um fim-de-semana e dois feriados adjacentes, nesta época do Solstício de Verão, festejada há milénios pelos nossos antepassados.

Eu diria que se não se aperceberam é porque lhes faltam sinais económicos, que não podem ser substituídos pela cacofonia de conselhos grátis (e pagos) que abundam nos meios de comunicação.

Aliás vou-me convencendo cada vez mais que o sistema económico em que vivemos falha clamorosamente na conciliação de decisões microeconómicas racionais com situações macroeconómicas sustentáveis.

Traduzindo num exemplo: as pessoas tomaram maioritariamente decisões racionais na compra de casa própria mas a dívida externa do país subiu para níveis que tornaram inválidos os pressupostos que eram os mais verosímeis quando as decisões foram tomadas.

Entretanto vou apreciando esta espécie de Nirvana, no intervalo entre o derrube do que parecia ser a fonte de todos os nossos males e a entrada em actividade do presumível alvo futuro das nossas críticas.


Para ilustrar este interregno escolhi esta vista do fiorde de Hardanger, na esplanada do hotel Ullensvang, perto de Lofthus, na Noruega. A situação é calma mas, devido à bruma, não se vê bem o horizonte. Posso esclarecer que é uma encosta abrupta, negra e muito alta, com uns restos de neve a derreter ao pé da água.

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