2012-12-31

O lago de Hakone na província Segami



É a quinta vez que publico uma estampa de Katsushika Hokusai no último dia do ano.

Escolhi a imagem representando “O lago de Hakone na província Segami”




Neste caso o pintor optou por usar uma linha preta a separar as áreas da pintura com cores diferentes, tendo muitas das áreas uma cor uniforme. Este estilo é muito comum na Banda Desenhada, é provável que decorra de necessidades das tecnologias de impressão mais antigas, esta é uma gravura impressa em muitas cópias, com Hokusai não existe o fetiche da posse do “verdadeiro original” pois a maior parte das suas obras é de gravuras impressas em série.

Demorei tempo a aperceber-me que a área de cor de areia deverá representar nuvens, a presença da linha preta de separação não ajudou, as nuvens costumam ter contornos mal definidos. E não deve ser deformação da cor da imagem digital porque a neve no topo do Monte Fuji está branca. O Hokusai pintava muito as neblinas matinais, devia-se levantar cedo.

A cor dos telhados marca muito uma paisagem. Um inglês disse-me uma vez que achava os nossos telhados avermelhados muito característicos, em Inglaterra costumam ser muito escuros. Os telhados azuis desta imagem mostram que não estamos em Portugal.

Desejo aos leitores deste blogue um Bom Ano Novo de 2013!

2012-12-22

Benedictus qui venit in nomine Domini


Da segunda vez que visitei a Basílica de S.Marcos em Veneza não tive a sorte das luzes estarem acesas como da primeira vez. Inteirei-me do horário em que acendiam a iluminação e regressei à Basílica para a ver com as luzes acesas.

As poucas fotos que tirei com a nova máquina fotográfica digital ficaram mais nítidas mas menos “oníricas”, o ambiente não parece tanto um sonho como as digitalizações dos slides mostradas num post anterior.

Aqui vai a primeira, outra vez no eixo central mas tirada de um local mais elevado do que no post referido




seguida de um “zoom out” da mesma vista




e finalizando com a cena da descida do Espírito Santo, em forma de línguas de fogo, sobre a cabeça de cada um dos apóstolos




É na base desta cúpula que aparece a frase em latim que dá o título a este post, “Benedictus qui venit in nomine Domini”, que em português de traduz por “Bendito o que vem em nome do Senhor”.

Fico surpreendido por terem escrito “Beneditus” em vez de “Benedictus” que é a grafia correcta e não consta que existam acordos ortográficos semelhantes ao nosso no latim, mas é um erro chato por estar em exibição permanente

Não aprendi latim no liceu, à parte umas declinações da rosa, rosae, etc e as regras de transformação de palavras em latim para o português, que gostei, lembro-me do termo palatização. Como ainda ouvi missas em latim havia umas frases que ficavam no ouvido e esta tem um ritmo muito agradável, sobretudo o final “...in nomine Domini”.

A frase aparecia no Sanctus, que associo actualmente a uma interpretação que gosto muito da Kiri Te Kanawa, duma composição do Gounod, que está disponível neste Youtube





Desejo em Feliz Natal aos leitores deste blogue e um Bom Ano de 2013.

P.S. normalmente limito o tamanho das fotos a 800 pixels, para não ocupar muito espaço no Picasa. Neste caso mantive a dimensão original de 2048 pixels na horizontal, para quem esteja interessado nos pormenores.

2012-12-19

Candeeiro vermelho


No átrio do hotel Myriad em Lisboa vi este candeeiro feito com vidros vermelhos pendentes formando uma esfera, nesta altura do dia sendo ilumnado em vez de iluminar.




A luz branca do exterior envolvendo a bola vermelha fez-me lembrar a bandeira do Japão.

E a profusão de fios pendentes as mesquitas da Turquia, com uma arquitectura baseada em ideias Bizantinas que estão também muito presentes na Basílica de S.Marcos em Veneza.

2012-12-16

Interior da Basílica de São Marcos em Veneza


Visitei esta Basílica em 1992 e em 2004. Se voltar a Veneza vou de certeza tentar visitá-la outra vez.

Segundo a Wikipédia existe um templo no mesmo local desde 832, a base do actual edifício situa-se no século XI, várias partes foram sendo adicionadas e as decorações foram variando imenso ao longo do tempo. Algumas decorações foram trazidas doutros locais e por vezes são mais antigas que a própria Basílica.

A planta to templo tem a forma duma cruz grega, situação em que me costumo desorientar, pela falta de um eixo principal, que mesmo assim ficou nesta primeira imagem do interior



O meu horror ao transporte de pesos e talvez alguma forretice leva a que costume andar subequipado, fotograficamente falando. Da primeira visita tinha uma Olympus OM-1 apenas com uma objectiva de 50 mm, sem tripé (traveling light...). Por um lado era difícil enquadrar a totalidade daquela beleza, parecia que ficava sempre uma quantidade enorme de beleza fora do enquadramento, por outro a ausência de tripé, conjugada com a pouca luz, levava a profundidades de campo pequenas e a uma focagem de fraca qualidade. Os slides que tirei em 1992 foram posteriormente digitalizados. De cada imagem resultante  por vezes fiz várias imagens, enquadrando detalhes diferentes, como nesta imagem que é um detalhe da anterior.




Ao rever  as fotos tive a dificuldade habitual da selecção. A impressão dominante que me ficou do interior da Basílica e que revivi na construção deste post foi a profusão de círculos , espalhados por toda a parte, quer como bases de cúpulas quer como arcos de suporte de outros arcos que por sua vez suportam mais arcos.

Por exemplo a seguir mostro o transepto do Norte, com imagem da árvore genealógica da Virgem Maria lá ao fundo,



como refere aqui, numa imagem do sítio oficial da Basílica.

Por esta altura já estava bastante desorientado, numa visita posterior terei a imagem do IPOLITVS, deve ser o S. Hipólito, como referência donde a imagem foi tirada



Claro que outra característica que não passa despercebida é o dourado que cobre a totalidade das paredes e dos tectos. Boa parte desse dourado é mesmo ouro, que tem um valor enorme pois a superfície coberta com mosaicos tem 8 000 m2.

Nessa área imensa cabem muitas evocações de histórias da Bíblia, como a da entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, que se comemora no Domingo de Ramos


Mesmo assim a entrada “triunfal” faz-se sobre um simpático burro, como se constata na versão que foca esse detalhe na figura seguinte



e continuei a embasbacar-me quer com a quantidade de histórias contadas pelos mosaicos



quer com o aspecto labiríntico da construção, avistando um órgão lá ao fundo



A ver se ainda faço mais um post sobre esta Basílica, acabo este aqui porque já vai tão longo...

2012-12-10

Mosaicos de Iznik

Gosto muito destes mosaicos em tom de azul de Iznik, Turquia, exibidos na colecção permanente do Museu Calouste Gulbenkian, primeiro a vista geral




e depois apenas com 3 colunas:




A foto foi tirada com o telemóvel, em condições de pouca luz, mas fica-se com uma ideia.

2012-12-06

Óscar Niemeyer (1907-2012)


Sem saber bem porquê pensei em colocar esta imagem duma cica (ou planta aparentada) como uma espécie de coroa de flores em homenagem ao grande arquitecto Óscar Niemeyer que acaba de falecer aos 104 anos




depois, ao olhar para este interior maravilhoso da catedral de Brasília




e para o fecho do tecto da catedral




percebi melhor porque tinha pensado na planta com que comecei este post

Mosaicos no Lg. D.Estefânia


No outro dia fui almoçar ao Restaurante Indiano Zaafran, no largo Dona Estefânia, foi a segunda vez que lá fui e gostei muito, hei de lá voltar. Têm um Thaali muito prático que vai variando, não sendo assim necessário escolher, basta comer o que aparece na mesa, que é bom. Quem quiser também pode escolher...

Muita gente tem a ideia que a comida indiana é muito picante mas na esmagadora maioria dos restaurantes indianos a que tenho ido deram-me a escolher quão picante queria. Não é preciso dizer que se gosta da comida muito picante...

Entretanto ao sair do restaurante reparei nos mosaicos do prédio que fotografei com o telemóvel



constatando que toda a parede se reduzia a um único mosaico que mostro a seguir



Quando cheguei a casa não resisti a usar o Power-point para fazer uma versão "platónica" destes mosaicos, quer dizer, geometricamente quase perfeita, sem as imperfeições e deslocamentos duma parede dum prédio com muitos anos, sujeita a assentamento desiguais do terreno, etc.

Comecei por juntar uns rectângulos e triângulos de várias cores, só para os distinguir. Depois coloquei a cor original do azulejo e fiz uma rotação de 45º para obter o azulejo da foto acima:



depois fiz as 4 rotações do azulejo e juntei os 4



depois repeti o motivo dos 4 azulejos para cima e para o lado



e finalizei com mais umas repetições:

2012-12-04

Penteados


A Judite de Sousa apareceu com um penteado bastante elaborado na sua recente entrevista ao actual primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho. Houve muita gente que reparou e bastantes que comentaram, no que foram criticados por quem considera que nunca se deve comentar a apresentação de uma mulher no exercício da sua actividade profissional.

Em princípio, nestes casos de uma entrevista a um primeiro-ministro, parece-me aconselhável uma apresentação dos intervenientes discreta, para não distrair os telespectadores do conteúdo da entrevista.

Neste caso específico talvez se possa abrir uma excepção pois como o primeiro-ministro tem, segundo ele próprio, um problema de comunicação e não se percebe bem o que ele quer dizer, como se constatou por exemplo com o episódio dessa entrevista relativo à repartição das despesas da educação, uma pessoa sempre se entretém a observar o penteado da entrevistadora.

Já  não me consigo lembrar de onde me apareceu esta silhueta “glamorosa” que mostro a seguir, talvez seja daqui mas é muito bonita e tem um penteado ainda mais vistoso do que o da Judite de Sousa nessa entrevista.



Faz-me lembrar algumas obras da Beatriz Milhazes, que mostrei aqui e aqui.

2012-12-01

Ilusão óptica - 2

Estou um bocado cansado deste regresso das ideias que dominaram Portugal durante tanto tempo e que nos levaram a ser o país europeu com maior percentagem de analfabetos desde há muito tempo e ainda agora, como referi neste post e no anterior.

Para compensar este mau ambiente publico esta lindíssima imagem que vi pela primeira vez aqui, embora tenha posteriormente recorrido ao google/imagens para obter uma versão com mais pixels.




Um dos interesses da imagem é a ilusão da existência de uma escada criada pelo jogo de luz e sombra, mas a característica que me chamou mais a atenção foi a impossibilidade de se saber de que lado estava o sol, dada a perfeita simetria existente.

Ilusão óptica




Extraí esta foto de um dos muitos power-points que me enviam, não sei quem foi o autor, mas a imagem é muito engraçada, parece que a rapariga está a falar em cima de um tapete voador.


2012-11-26

Mosaicos do Chiado e outros blogues



No outro dia apareceu-me num e-mail uma imagem que me surpreendeu do Largo do Chiado, tirada de um andar alto de um dos prédios de lá. Nunca tinha reparado na unidade do desenho dos mosaicos do chão, que requer algum distanciamento:




Como a imagem era relativamente pequena, apenas 480x319 pixels, e não trazia aparentemente informação sobre a sua origem, fiz o “drag and drop” no Google-Imagens e fui dar a este post do blogue carex: garden design by carolyn mullet.

Deste blogue que tem umas imagens lindíssimas sobre plantas, jardins e urbanismo, incluindo outras imagens de Portugal,  fui encaminhado para o sítio da autora da foto, este post do blogue da autora da foto, a Katarzyna Jaśkiewicz cujo nome, afinal, já era visível no canto inferior esquerdo da fotografia e que tem mais imagens interessantes.

Fui ao Google Earth, onde é possível ver o desenho dos mosaicos, embora com menos nitidez, mas dando para ver que o padrão dos mosaicos se prolonga pela Rua Garret.



Entretanto achei que a minha lista de blogues estava inalterada há muito tempo pelo que , além destes dois blogues vou incluir ainda:

- The Becker-Posner blog, de dois professores da Universidade de Chicago, Gary Becker é um economista, distinguido com o prémio nobel em 1992, Posner é um jurista famoso;

- Dani Rodrik's weblog, feito por um economista de origem turca que ensina na Universidade de Harvard, tendo-se interessado por temas de desenvolvimento económico.

2012-11-23

Mosaicos Bizantinos



Ao continuar a falar de Mosaicos Bizantinos sinto-me na obrigação de avisar o leitor que, à semelhança do Gotlib da Rubrique-à-Brac, estou a partilhar com ele a minha ignorância, pois sobre este tema que acho tão interessante não tenho qualquer formação académica.

Enquanto os mosaicos contemporâneos de Kotsonis, quer com motivos clássicos quer com motivos modernos, me parecem ter evoluído no sentido de uma maior simplicidade, quer na maior regularidade da colocação das pedras quer na renúncia a uma representação muito detalhada do motivo da obra, talvez porque se sabe que para uma cópia mais exacta já temos a fotografia, numa direcção semelhante à seguida, por exemplo, pela Maluda, como refiro neste post, houve entre o século VI em que foram construídos os arcanjos que mostrei aqui e este São Nicolau que encontrei no terraço sobre a porta da entrada da Basílica de São Marcos em Veneza e fotografei com uma máquina digital



um enriquecimento dos detalhes, no sentido de tornar a representação mais parecida com a realidade. A importância das variações de cor estão bem patentes no detalhe deste mesmo mosaico, resultante duma digitalização dum slide que tinha tirado anteriormente há muitos anos no mesmo local:




Para verificar o que acabo de dizer fiz uma operação num programa processador de imagens que consiste em reduzir o número de cores de uma imagem a apenas 16. Mostro a imagem da Virgem Maria de Kotsonis antes e depois da redução a 16 cores


onde se constata ter pouco impacto a redução do numero de cores, enquanto que esse impacto é muito maior na imagem da cabeça de S.Nicolau que mostro a seguir:



Os contactos frequentes e intensos entre Veneza e o império Bizantino mantiveram e desenvolveram esta arte do mosaico em Veneza, com a vantagem de não terem sofrido os dois períodos de destruição iconoclasta. É também por isso que o interior da Basílica de São Marcos é um autêntico deslumbramento mas isso será objecto de um próximo post.

2012-11-19

Cores de Outono


Nos Olivais Sul os Choupos guardam ciosamente as suas folhas, às vezes até meados do Inverno. Já as Tílias na rua Cidade do Lobito, em que há uma zona com uma dúzia delas, estão quase a perder as folhas todas, pelo menos já há poucas verdes, como se constata aqui




e também aqui




formando um lindo tapete no chão, embora podendo ser escorregadio...




No bairro de Alvalade estavam estas flores amarelas, aparentemente retardatárias mas presumo que neste clima ameno qualquer estação será razoável para florir:




2012-11-14

George Kotsonis ( 1940- )

Ainda no DVD sobre Chipre tomei conhecimento da obra de George Kotsonis, artista contemporâneo que se dedica ao mosaico e à pintura.

Mostro primeiro detalhe de mosaico com Virgem Maria e Menino Jesus



seguido de detalhe apenas com Maria (parece-me tratar-se da mesma imagem)



Embora os motivos sejam muito antigos, bem como a técnica do mosaico, parece-me notar aqui alguma modernidade no arranjo das pedras. Considero que a tecnologia e o tema não esgotam a criatividade do artista, parecendo haver sempre a hipótese de se fazerem variações,. Não sei porquê mas parece-me haver nestas duas imagens mais modernidade do que nas antigas. Impressiona-me como pequenos pormenores da execução enriquecem tanto a imagem.

Abandonando os motivos religiosos Kotsonis mostra grandes possibilidades dos mosaicos nesta imagem de com tema não convencional de mulher a tocar flauta



e nesta com um mito grego que não consegui identificar




A imagem seguinte é uma concatenação de 3 "snapshots" de um "travelling" sobre um mosaico com figuras estilizadas



e voltamos ao tema da mãe e filho mas agora contemporâneos, que trouxe daqui



Para finalizar deixo mais duas pinturas que trouxe do site referido no início deste post





Curioso como são raras as referências obtidas através do Google aos mosaicos de George Kotsonis, é muito mais frequente encontrar as pinturas.

2012-11-11

Arcanjos


Há pouco tempo tive uma reunião de 2 dias em Chipre. Não existem voos directos de Lisboa pelo que a viagem é demorada e não tive oportunidade de visitar lá nenhuma igreja. Mas nalguns folhetos turísticos e num DVD que me deram sobre Chipre a minha atenção foi chamada por este mosaico bizantino.



vendo-se melhor aqui



Sinto fascínio pela arte bizantina, quer na forma de mosaicos quer nos frescos, atrai-me o ambiente irreal das obras. Curiosamente “arte bizantina” é uma das buscas mais frequentes que traz visitantes a este blogue, por exemplo aqui e aqui. Este mosaico está na igreja de Angeloktisti, (igreja dos anjos) perto da cidade de Larnaca, datando do século VI, o século em que foi construída a igreja de Santa Sofia na então Constantinopla e agora Istambul.

O facto de ter sobrevivido aos dois períodos iconoclastas, em que no Império Romano do Oriente foi decretada a destruição das representações de figuras humanas nos ícones com a intenção de prevenir a idolatria, torna-o uma raridade, como por exemplo os mosaicos das igrejas de Ravena, executados no mesmo século VI.



Estes tectos em forma de quarto de esfera sobre o altar-mor da igreja costumam representar o Cristo Pantocrator (que significa Cristo Todo-poderoso) mas neste caso mostram a Virgem Maria com o menino Jesus. Para não haver dúvidas a figura está legendada como “ΗΑΓΙΑ ΜΑΡΙΑ” ou Agia Maria ou Santa Maria (talvez Maria Santíssima seja melhor tradução). À esquerda está o Arcanjo “ΜΙΧΑΗΛ” ou MICHAEL ou Miguel, enquanto à nossa direita fica o Arcanjo “ΓΑΒΡΙΗΛ” ou GABRIEL, o que teve a missão de fazer a Anunciação à Virgem Maria.

A Wikipédia também fala de Arcanjos, diz que são anjos mais importantes, a sua existência é reconhecida pelo Judaísmo, pelo Cristianismo e pelo Islamismo, o que lhes dá uma grande verosimilhança, não fora o pormenor de todas estas religiões serem “religiões do livro” reconhecendo cada uma delas versões específicas da Bíblia, onde existe referência a anjos e a um arcanjo. A Igreja Católica reconhece 3, Miguel, Gabriel e Rafael. Às vezes penso que já deveria ter visto “As asas do desejo” do Wim Wenders, o filme escapou-me na altura e ainda não o vi.

Estas visitas virtuais têm as suas vantagens, é possível que no local não tivesse acesso a uma visão tão detalhada do mosaico como a que se vê a seguir



De uma forma geral o alinhamento das pedrinhas é uma componente importante destes mosaicos que têm uma granularidade apreciável, quero dizer as pedrinhas são relativamente grandes, sendo a sua presença visível e influenciando o aspecto da obra. O número de cores disponíveis está muito longe dos alegados mais de 20000 tons que se usam nos mosaicos da igreja de S. Pedro em Roma que à primeira vista parecem pinturas a óleo. Mas as sombras são representadas através de pedras com tons mais escuros e as pedras são cortadas com formas adequadas, por exemplo em triângulo na parte final dos lábios.

Seguem os arcanjos, primeiro o S. Miguel do lado esquerdo



com asas verdes muito bonitas e caracóis no cabelo, embora o corpo esteja danificado e o S.Gabriel a seguir


este parece-me que com uma barba.

Todas as figuras estão numa pose que parece fotográfica e embora os arcanjos não estejam a olhar para nós de uma forma directa como a Virgem Maria e o Menino Jesus, têm os dois olhos visíveis, as tomadas de vista de perfil são pouco frequentes nestas imagens da arte bizantina.

Lembrei-me agora da oração que me ensinaram para o “meu” Anjo da Guarda:

Anjo da Guarda,
minha doce companhia,
não me desampareis
nem de noite nem de dia.